quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A VISÃO DOS ALUNOS EM RELAÇÃO A UM BOM PROFESSOR DE MATEMÁTICA: Estudo de Caso em Duas Turmas do Terceiro Ano do Ensino Médio, Modalidade EJA , ...

Autor: Jairo Sousa da SILVA
Orientação: Profª. Ms. Janice Cássia LANDO

Na presente pesquisa, propomos verificar qual a visão dos alunos em relação a um bom professor de Matemática na Escola Estadual Rosa dos Ventos. A escola pesquisada está localizada no bairro Jardim Imperial, no município de Sinop-MT. Os objetivos desta pesquisa foram verificar, nas perspectivas dos alunos, quais as características de um bom professor de Matemática e verificar se existe relação entre o carisma do professor e a aprendizagem da Matemática na visão dos alunos. Para a fundamentação teórica recorremos aos autores: Tiba(1998), Chalita (2001), Bicudo (2004), Borba(2004) e D Ambrósio (1996). Enquanto escolha metodológica, buscamos na pesquisa qualitativa, mais precisamente, no estudo de caso, os embasamentos quanto ao rigor metodológico necessário na pesquisa. Para alcançar os objetivos propostos, primeiramente selecionamos duas turmas do último ano do ensino médio, da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), a idade dos alunos variava entre 20 e 52 anos. Os sujeitos da pesquisa foram 40 alunos, sendo 20 de cada turma.Para a coleta de dados elaboramos um questionário para ser respondido pelos 40 alunos e posteriormente selecionamos 8 deles para uma entrevista.

As perguntas foram direcionadas à problemática da pesquisa: qual a visão dos alunos em relação a um bom professor de matemática? Relacionamos as questões afim de verificar nosso resultado esperado, que era de identificar o tipo de professor que eles concebem como bom, sendo um professor carismático.

Com posse do questionário respondido, da entrevista realizada e depois de feitas as devidas anotações, realizamos a análise e interpretação dos dados que nos fez constatar que a visão dos alunos pesquisados, sobre o que vem a ser um bom professor de Matemática foi a seguinte: o bom professor, segundo eles é caracterizado por ter boa didática, termo usado por eles como, explicar bem os conteúdos, o professor deve ser atencioso, paciente, dinâmico, ter domínio do conteúdo e destacaram o carisma uma qualidade importante para todo professor. Em contrapartida, segundo esses alunos, não aprovam o professor caracterizado como mal humorado, de cara fechada, que é arrogante e autoritário, o que faz com que não fiquem à vontade para fazerem questionamentos. Nossos objetivos foram alcançados, porém o resultado encontrado foi inesperado, acima do professor carismático surgiu o professor atencioso e paciente, como a preferência dos alunos.

1 comentário:

Helena R. Guilherme disse...

Na minha opinião, a aprendizagem da matemática, ou de qualquer outra ciência, está intimamente ligada com a originalidade didáctica de cada professor; isto é, o gosto pela aprendizagem de determinada matéria depende não tanto dos conteúdos programáticos, mas sim da forma como estes são leccionados pelo docente.
Devido à natural imaturidade intelectual preconizada pela tenra idade juvenil, os estudantes tendem a demonstrar algumas dificuldades na compreensão das matérias que exigem uma maior capacidade de abstracção; ora, a função de educador, é fulcral para colmatar este problema, na medida em que, o docente deverá criar uma “plataforma de ligação” entre os alunos e os conteúdos programáticos que estes deverão adquirir.
A estrutura desta “plataforma de ligação” também é um dos factores que contribuem para a motivação e entusiasmo dos alunos em aprender; por isso mesmo, o professor deverá adaptar a matéria ao quotidiano juvenil, ou seja o educador deverá referir alguns exemplos concretos da aplicação dos conhecimentos teóricos/práticos na vida quotidiana dos alunos. Isto permitirá não só compreender e assimilar a matéria, como também criar uma boa relação de interacção entre professor e alunos, sendo esta preponderante na razão quantidade/qualidade da participação e cooperação dos estudantes para a dinamização das próprias aulas.
No final, os resultados obtidos pelos alunos são geralmente bastante satisfatórios.
Todavia, é importante salientar que cada professor tem uma forma muito própria de leccionar, ou seja a metodologia de ensino de cada professor, é muito subjectiva, porque depende da personalidade de cada um.
Concluo que a personalidade de cada docente irá definir as características estruturais da “plataforma de ligação” acima referida.
Um bom professor deverá ser atencioso, paciente, e, sobretudo deverá fomentar o desenvolvimento intelectual dos alunos, valorizando, deste modo, as pequenas grandes vitórias atingidas por cada um, pois isto propiciará, ao estudante, uma maior confiança nas suas capacidades intelectuais, sendo esta promotora do progresso académico individual.
Robert Rosenthal desenvolveu uma experiência, neste âmbito, através da qual verificou que, as expectativas que os professores têm em relação aos seus alunos afectam significativamente a aprendizagem e o rendimento escolar dos mesmos: “Os alunos em relação aos quais se espera que tenham um bom desempenho tendem a apresentar progressos; os estudantes de quem não se espera um bom desempenho tendem a sair-se menos bem do que os primeiros, e, por fim, os alunos que fazem progressos, contrariando as proféticas expectativas, não são salientados e evidenciados pelo professor”.
O psicólogo concluiu que a maioria dos alunos demonstra uma enorme tendência para corresponder às expectativas que o professor tem em relação a si. Este facto é designado por efeito de Pigmaleão.
Saliento, ainda, que os alunos não apreciam um professore demasiado arrogante e autoritário, porém, na minha opinião, é importante a imposição de algum autoritarismo (todavia de uma forma subtil), pois é fulcral a existência de algumas regras que propiciem a saudável convivência entre alunos e professor, estas deveram ser cumpridas por todos (inclusive pelo professor, porque se assim não for, o docente corre o risco de não ver legitimada a sua autoridade).
Concluo, por fim, que actualmente, ao contrário do que acontecia outrora, a maioria dos docentes procura adquirir uma posição adaptativa face a cada uma das suas turmas: a percepção das características gerais de uma turma permite, ao professor, não só a descoberta de uma produtiva metodologia de aprendizagem, como também a construção de uma boa relação professor – alunos.